terça-feira, 26 de agosto de 2008

Poesias

"A rua da solidão"

O grito mudo das notas soltas,duela com o ruído da multidão,um cego tocando flauta,troca poesia por qualquer tostão.

O sol queima-lhe a pele,a indiferença queima-lhe a alma,são tantos os que lhe ferem, mas sua flauta nunca se cala.

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"Descontentamento"

Os dias eram passos no ponteiro,tão inutilmente cheios de fingir sempre mudar,a vida se passava feito a prosa,que sem rumo ou sem resposta teima em continuar.

Os risos eram força sobre os lábios,feito um grito miseravel disfarçando grande dor,o amor eram frases nos bilhetes,que só serviam de enfeite para esconder a solidão.

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"As horas"

Já não me importam quantas horas faltam,as horas são passos frios de um ponteiro,prefiro a eternidade inconstante de um segundo,a toda mesmice presente em um ano inteiro.

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"A noite clara"

E, quando a noite entra nos meus olhos cegos, vejo tão clara a bela luz da vida, mais do que esperava quando tinha olhos, mais do que espero ainda frente a vida.

E, ao fechar meus olhos curiosos, vou ao encontro de um novo dia, buscando em sonhos algo novo, vou descobrindo novas utopias.

E nestes sonhos vejo tantas estrelas, tantas manhãs de sol a pino e flor, vejo motivos para crer que a vida, ainda é bela e ainda existe o amor.

Triste é saber que a claridade acaba, assim que o sol imenso aparecer, triste é saber que é na noite escura, que posso enfim alguma imagem ver.

Mas que miséria é sentir que nasce o dia, pois na manhã já não exergo nada! ah como eu queria voltar a ver estrelas, enfim viver de novo a madrugada!

Vago esbarrando em paredes frias, e tropeçando em sonhos tão reais, durante o dia espero a noite clara, mas ao acordar tudo é tão irreal.

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"Expectativas"

Janelas abertas a noite,a varanda quase lotada,pessoas olham pessoas,pessoas olham o nada.

Ao longe parecem as mesmas,com seus olhos tão desgastados,tão gastos de ver pessoas,tão gastos de não ver nada.

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